O Brasil enfrenta um cenário preocupante no setor de energia elétrica, com a combinação de clima seco e baixa afluência de chuvas impactando diretamente os reservatórios das hidrelétricas.
Esse contexto desfavorável gera aumento nos custos de produção de energia, especialmente pela necessidade de acionar termelétricas, que possuem um custo de operação mais alto.
Como resultado, as tarifas de energia para os consumidores aumentam, refletindo-se na aplicação das bandeiras tarifárias, que devem permanecer em patamares elevados nos próximos meses.
Segundo especialistas, a previsão é de que a bandeira vermelha continue a encarecer a conta de luz até, pelo menos, 2025.
Bandeira vermelha no Brasil: entendendo o aumento na conta de luz
As bandeiras tarifárias foram criadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) como uma forma de ajustar o valor da conta de luz de acordo com as condições de geração de energia no país.
O sistema de bandeiras tarifárias funciona em três níveis: verde, amarela e vermelha, sendo que esta última é dividida em dois patamares.
- A bandeira verde indica que as condições de geração de energia são favoráveis e não há custo adicional na conta de luz;
- Já a bandeira amarela e a vermelha representam cenários de geração mais desfavoráveis, sendo necessário o uso de fontes de energia mais caras, como as termelétricas, o que gera uma cobrança extra para os consumidores.
Atualmente, o Brasil está sob o impacto da bandeira vermelha, que adiciona custos significativos às contas de energia.
No patamar 1 da bandeira vermelha, o acréscimo é de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, enquanto no patamar 2, esse valor sobe para R$ 7,87.
Esses custos refletem diretamente a necessidade de utilizar energia termelétrica devido à baixa disponibilidade hídrica no país.
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Por que a conta de luz vai ficar mais cara até 2025?
O aumento contínuo das tarifas de energia até 2025 está diretamente ligado à crise hídrica enfrentada pelo Brasil.
A baixa afluência de chuvas tem reduzido os níveis dos reservatórios das principais hidrelétricas do país, forçando o governo a acionar mais usinas termelétricas, que possuem um custo de geração mais elevado.
Além disso, as previsões meteorológicas indicam que o próximo período úmido, que normalmente começa entre outubro e novembro, será mais fraco do que o esperado.
Isso significa que, mesmo com o retorno das chuvas, o volume pode não ser suficiente para recuperar adequadamente os níveis dos reservatórios.
Outro fator que contribui para o aumento nas contas de luz é a demora na recuperação da economia pós-pandemia, que afeta diretamente a demanda por energia.
Com o consumo ainda elevado e a oferta limitada, os custos para a geração e distribuição de energia seguem em alta, refletindo-se nas tarifas cobradas dos consumidores.
Especialistas indicam que essa combinação de clima desfavorável e alta demanda pode manter as bandeiras tarifárias em níveis elevados até que os reservatórios se estabilizem, o que, no cenário atual, não é esperado antes de 2025.
Além disso, a desoneração de setores econômicos, que gera perda de arrecadação fiscal, também tem impacto nas tarifas de energia, uma vez que parte desses custos acaba sendo repassada ao consumidor.
Portanto, a tendência é que o custo da energia continue a subir até que a oferta hídrica volte a um nível mais equilibrado e que medidas adicionais sejam implementadas para aliviar a pressão sobre o sistema elétrico.
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Há previsão de retorno da bandeira verde?
Embora a bandeira verde seja o objetivo almejado tanto pelo governo quanto pelos consumidores, as previsões indicam que o retorno a esse patamar de tarifas sem custo adicional ainda está distante.
Segundo especialistas do setor elétrico, como os consultados pela Comerc Energia e a Thymos Energia, o retorno à bandeira verde pode ocorrer apenas em 2025.
Isso dependerá de uma série de fatores, principalmente da recuperação dos reservatórios e de um período úmido mais forte nos próximos anos.
A expectativa é de que, até o final de 2024, o Brasil continue a enfrentar bandeiras tarifárias elevadas, com a possibilidade de uma transição gradual para a bandeira amarela à medida que as chuvas retornem e a situação hídrica melhore.
No entanto, esse cenário é incerto, já que a previsão meteorológica indica que as chuvas serão insuficientes para reverter a crise hídrica de forma significativa no curto prazo.
Além disso, há incertezas sobre o comportamento das chuvas nos próximos meses, o que torna difícil prever exatamente quando o país poderá voltar a operar com bandeira verde.
Mesmo que o período úmido se inicie, especialistas apontam que será necessário um longo tempo para que os níveis dos reservatórios voltem à normalidade, o que significa que a bandeira verde pode demorar a ser aplicada novamente.