Em situações de emergência financeira, muitas pessoas recorrem ao crédito rotativo ou ao cheque especial. Ambos os recursos são populares e estão facilmente disponíveis, mas apresentam características e custos distintos.
O crédito rotativo, geralmente associado ao cartão de crédito, e o cheque especial, vinculado à conta corrente, possuem condições e taxas que variam.
Conhecer bem essas modalidades é essencial para tomar decisões financeiras mais acertadas, evitando juros elevados e comprometimento excessivo do orçamento.
Como funciona o crédito rotativo?
O crédito rotativo é uma modalidade oferecida pelas administradoras de cartão de crédito. Ele é ativado quando o consumidor não paga o valor total da fatura até o vencimento, optando por quitar apenas o valor mínimo ou qualquer quantia superior a ele, mas inferior ao total.
Nesse caso, a diferença entre o valor total e o pago entra no crédito rotativo, sobre o qual incidem juros até o pagamento da próxima fatura.
O problema do crédito rotativo está nas suas elevadas taxas de juros, que podem chegar a 411% ao ano, de acordo com dados do Banco Central. É uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, e utilizá-lo por períodos prolongados pode resultar em uma dívida difícil de ser quitada.
Vale destacar que, desde 2017, as regras para o uso do crédito rotativo foram alteradas. Agora, ele só pode ser utilizado por até 30 dias. Após esse período, se a dívida não for quitada, a instituição financeira deve oferecer um parcelamento com juros menores.
Ainda assim, é importante evitar o uso prolongado desse recurso para não comprometer ainda mais as finanças.
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O que é o cheque especial e como utilizá-lo?
O cheque especial é um crédito pré-aprovado disponibilizado pelo banco diretamente na conta corrente do cliente. Ele é acionado automaticamente quando o saldo da conta fica negativo, permitindo que o consumidor continue a realizar pagamentos, saques e outras operações, mesmo sem ter dinheiro disponível.
Embora o cheque especial pareça uma opção prática e imediata, seus juros também são altos, podendo chegar a 132% ao ano. A vantagem é que os juros são cobrados apenas pelos dias em que o limite é utilizado, o que pode ser mais econômico em casos de uso emergencial e por curtos períodos.
Além disso, algumas instituições oferecem isenção de juros por um número limitado de dias, o que pode ser vantajoso para quem precisa de um socorro rápido e consegue regularizar a situação em pouco tempo.
Contudo, é fundamental ter cuidado ao usar o cheque especial. Mesmo com a cobrança proporcional aos dias de uso, a taxa diária pode se acumular rapidamente, gerando uma dívida significativa.
É uma opção que deve ser usada apenas em casos de extrema necessidade e com um planejamento para reverter a situação o mais breve possível.
Comparando crédito rotativo e cheque especial
Embora ambos sejam formas de crédito emergencial, há diferenças importantes que devem ser consideradas:
Taxas de juros
O crédito rotativo apresenta juros mais elevados, que podem ultrapassar 400% ao ano. Já o cheque especial, apesar de também ser caro, possui taxas um pouco mais baixas. Portanto, em termos de custo financeiro, o cheque especial tende a ser menos oneroso para dívidas de curto prazo.
Prazo de pagamento
No crédito rotativo, a dívida deve ser quitada ou parcelada na fatura seguinte, o que pode criar um ciclo de endividamento. No cheque especial, o cliente pode negociar diretamente com o banco, mas a recomendação é regularizar a conta o mais rapidamente possível.
Finalidade de uso
O crédito rotativo é utilizado para complementar o pagamento da fatura do cartão de crédito, enquanto o cheque especial está disponível na conta corrente para qualquer necessidade, como pagamento de contas e saques. Por isso, o cheque especial oferece mais flexibilidade em situações de emergência.
Quando optar pelo empréstimo pessoal?
Para quem precisa de um valor maior ou não consegue liquidar a dívida no curto prazo, o empréstimo pessoal pode ser uma alternativa mais viável. Suas taxas de juros costumam ser menores, especialmente nas modalidades consignadas ou com garantia.
Além disso, ele permite o parcelamento em prazos mais longos, o que facilita o planejamento financeiro e reduz o impacto mensal no orçamento.
O empréstimo pessoal pode ser solicitado diretamente no banco ou por meio de plataformas digitais, que oferecem um processo rápido e descomplicado. A análise de crédito é necessária, mas o consumidor que tem um bom histórico financeiro pode conseguir condições bastante favoráveis.
Como escolher a melhor opção?
A escolha entre crédito rotativo, cheque especial e empréstimo pessoal depende da situação e do valor necessário.
Se for um valor pequeno e para uso imediato, o cheque especial, utilizado por poucos dias, pode ser mais vantajoso. No entanto, para valores maiores ou prazos mais longos, o empréstimo pessoal é a melhor opção.
É essencial avaliar a taxa de juros, o prazo de pagamento e a real necessidade do crédito. Sempre que possível, evite recorrer a essas modalidades e busque alternativas mais baratas, como empréstimos familiares ou renegociação de dívidas com credores.
Entender as características e os custos de cada tipo de crédito é fundamental para tomar decisões financeiras conscientes e evitar o acúmulo de dívidas.
Como visto, o crédito rotativo e o cheque especial devem ser usados com cautela, e apenas em situações emergenciais e por curtos períodos. O empréstimo pessoal surge como uma alternativa mais segura e econômica para quem precisa de um valor maior ou não consegue regularizar a dívida no curto prazo.
Manter um planejamento financeiro adequado, evitar o uso recorrente dessas modalidades e buscar orientação financeira são práticas que ajudam a manter a saúde das finanças e a evitar surpresas desagradáveis.