Com o envelhecimento da população, o endividamento se torna uma preocupação crescente, afetando significativamente a qualidade de vida dos idosos. Dados da Serasa revelam que 18,1% dos inadimplentes têm mais de 60 anos, e 34,8% estão entre 41 e 60 anos.
Isso representa mais de 35 milhões de brasileiros enfrentando dificuldades financeiras devido à queda da empregabilidade, diminuição de renda e aumento dos gastos com saúde.
Identificando sinais de endividamento
Reconhecer os sinais de endividamento nos idosos é essencial para oferecer ajuda. Segundo a pesquisa da Serasa, 83% dos endividados enfrentam dificuldade para dormir devido às preocupações com as contas, e muitos sofrem de ansiedade ou depressão.
Mudanças comportamentais, como irritabilidade, desmotivação e evasão de atividades sociais, são indicativos de problemas financeiros. Atenção a atitudes como aversão a atender telefonemas, que podem indicar cobranças constantes.
Como ajudar no gerenciamento das finanças do idoso
- Elaborar um orçamento: Ajude o idoso a listar todas as despesas e receitas para ter uma visão clara de sua situação financeira.
- Listar e priorizar dívidas: Organize as dívidas, dando prioridade às necessidades básicas e às dívidas com juros mais altos.
- Criar um plano de poupança: Identifique gastos que podem ser reduzidos e incentive a criação de uma reserva de emergência.
- Gerar renda extra: Sugira atividades como cuidar de animais, ser babá ou vender produtos caseiros para complementar a renda.
- Oferecer apoio constante: Acompanhe o processo de desendividamento e participe de atividades relaxantes para aliviar o estresse.
Superendividamento e repactuação de dívidas
O superendividamento ocorre quando a pessoa não consegue assegurar o básico para sua sobrevivência devido às dívidas. A Lei 14.181, conhecida como Lei do Superendividamento, permite a repactuação das dívidas com o auxílio de um juiz, garantindo um mínimo existencial para a subsistência. Essa legislação é crucial para proteger os idosos superendividados e facilitar a renegociação de suas dívidas.
Abuso financeiro
O abuso financeiro contra idosos é um problema grave. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, mais de 54% das denúncias em 2022 foram relacionadas a esse tipo de violência. Fique atento a sinais como empréstimos inesperados, diminuição da aposentadoria e dificuldade em pagar contas. Inicie conversas delicadas para entender a situação e, se necessário, denuncie pelo Disque 100.
Autorregulação dos bancos
A Autorregulação Bancária, estabelecida pela FEBRABAN, combate o assédio comercial na oferta de crédito consignado, protegendo os idosos de práticas abusivas. Desde sua implementação, muitos correspondentes bancários foram advertidos ou tiveram suas atividades suspensas, promovendo mais segurança na contratação de crédito.
Proteção contra golpes
Idosos são alvos fáceis para fraudes financeiras. É crucial educá-los sobre como evitar golpes, como não clicar em links suspeitos, verificar remetentes de e-mails e não compartilhar senhas. Se um idoso for vítima de golpe, é importante reunir evidências, notificar o banco e registrar um boletim de ocorrência.
O endividamento entre idosos é uma questão séria que exige atenção e ação. Com o apoio adequado, é possível melhorar a qualidade de vida dos idosos, garantindo que eles tenham uma aposentadoria tranquila e livre de preocupações financeiras. Por fim, a sociedade deve estar vigilante e proativa para proteger essa população vulnerável de abusos financeiros e fraudes.