A recente decisão dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de iniciar uma greve em todo o país tem gerado preocupações sobre os impactos nos serviços prestados pela instituição.
Entre as principais áreas afetadas está o processo de pente-fino nos benefícios, que visa identificar e cessar pagamentos indevidos.
A greve surge em um momento crítico, quando o governo busca implementar medidas de economia e eficiência no sistema previdenciário.
Abaixo, entenda as razões da greve dos servidores do INSS, o que é o pente-fino e saiba como a paralisação pode influenciar esse processo.
Razões da articulação da greve dos servidores do INSS
A greve dos servidores do INSS foi motivada pela insatisfação com a falta de acordo sobre o reajuste salarial.
Os trabalhadores afirmam que o governo não está disposto a dialogar sobre as pautas prioritárias da categoria, o que inclui um reajuste que recompense as perdas salariais acumuladas ao longo dos anos.
Além do reajuste, os servidores reivindicam melhores condições de trabalho, investimentos em tecnologia e a reestruturação da carreira, com a elevação do nível de escolaridade exigido para o ingresso no cargo de técnico do seguro social.
A decisão de iniciar a greve foi tomada após uma assembleia virtual organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP).
A adesão à greve inclui tanto os servidores que trabalham presencialmente nas agências quanto aqueles que atuam em home office.
A paralisação afeta diretamente a análise e concessão de benefícios, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de atendimentos presenciais, exceto perícias médicas e análise de recursos e revisões.
A greve ocorre em um contexto de crescente demanda por serviços do INSS, exacerbada pela necessidade de revisões periódicas dos benefícios para garantir a correta aplicação dos recursos públicos.
A paralisação ameaça interromper esses processos, aumentando o tempo de espera para a concessão de benefícios e a resolução de pendências.
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Entendendo o que é o pente-fino do INSS
O pente-fino do INSS é um processo de revisão de benefícios previdenciários e assistenciais com o objetivo de identificar e cessar pagamentos indevidos.
Essa medida é essencial para garantir a integridade e a sustentabilidade do sistema previdenciário, evitando fraudes e garantindo que os recursos sejam destinados a quem realmente tem direito.
O pente-fino abrange benefícios como aposentadorias por invalidez, auxílios-doença e outros auxílios temporários.
O processo de pente-fino envolve a reavaliação de cerca de 800 mil benefícios, conforme anunciado pelo Ministro da Previdência, Carlos Lupi.
A expectativa é economizar cerca de R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias, corrigindo distorções e irregularidades nos pagamentos.
Para isso, são realizados cruzamentos de dados, perícias médicas e análises detalhadas dos processos de concessão dos benefícios.
Desde 2019, o INSS não realizava um pente-fino tão abrangente, o que aumentou a importância dessa medida para o equilíbrio das contas públicas.
O pente-fino é também uma resposta às demandas por maior transparência e eficiência na administração dos recursos previdenciários, contribuindo para a confiança da população no sistema.
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Como a greve pode influenciar no pente-fino do INSS?
A greve dos servidores do INSS pode comprometer seriamente o processo de pente-fino nos benefícios.
Com a paralisação, há uma redução significativa na força de trabalho disponível para realizar as revisões necessárias, o que pode atrasar o cronograma estabelecido pelo governo.
A ausência de servidores técnicos, responsáveis pela maior parte das análises, implica na diminuição da capacidade operacional do INSS, afetando diretamente a eficiência do pente-fino.
Além disso, a adesão dos servidores em home office à greve amplia o impacto da paralisação. Esses profissionais são fundamentais para a manutenção dos serviços administrativos e de suporte ao pente-fino, e sua ausência contribui para a desorganização e atraso dos processos.
O uso da plataforma Meu INSS e da central de atendimento 135, embora importantes, não substitui completamente a necessidade de pessoal qualificado para a realização das análises e revisões.
Outro efeito negativo da greve é o aumento da insegurança entre os beneficiários que aguardam a resolução de suas pendências.
O atraso nas revisões pode levar à suspensão temporária de benefícios, gerando apreensão e dificuldades financeiras para muitos segurados.
Além disso, a paralisação pode prejudicar a implementação de novas tecnologias e métodos de trabalho que visam melhorar a eficiência do INSS, retardando inovações que poderiam beneficiar a administração previdenciária no longo prazo.
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