O consórcio imobiliário surge como uma opção para brasileiros que desejam fugir das taxas de juros cobradas pela financiamento. Mas, modalidade apresenta riscos.
A sétima edição do Raio X do Investidor Brasileiro revelou que a intenção de comprar um imóvel saltou de 29% (2021) para 33% em 2023.
De acordo com a pesquisa, a busca por estabilidade e a procura por investimentos imobiliários são os principais motivos do aumento do índice.
Contudo, nem todos os brasileiros podem comprar um imóvel. Por essa razão, o consórcio surge como uma opção para quem não quer arcar com as altas taxas de juros do financiamento.
Consórcio imobiliário surge como opção para brasileiros que desejam fugir do financiamento; veja como a modalidade funciona
O consórcio imobiliário é uma modalidade de aquisição de imóveis que tem ganhado popularidade no Brasil. É uma alternativa ao financiamento tradicional, oferecendo vantagens e desvantagens que precisam ser bem compreendidas pelos interessados.
Como funciona o consórcio imobiliário?
O consórcio imobiliário é uma forma de poupança coletiva, onde um grupo de pessoas se reúne para formar uma espécie de “vaquinha” organizada por uma administradora. Cada participante paga mensalidades que se transformam em cartas de crédito.
Periodicamente, a administradora realiza sorteios e contemplações, permitindo que alguns membros do grupo usem suas cartas de crédito para comprar imóveis.
Ao ser contemplado, o participante recebe o valor da carta de crédito para adquirir seu imóvel, continuando a pagar as parcelas até o final do prazo estipulado no contrato. Vale mencionar que a contemplação também pode ser feita por lance.
Quais são as vantagens?
A principal vantagem é a ausência de juros, como no financiamento. Contudo, o consorciado ainda deve pagar uma taxa, de cerca de 10%, que é diluída em todas as prestações do contrato.
Quais são os riscos?
Embora o consórcio imobiliário tenha vantagens, como a ausência de juros altos, ele não é isento de riscos.
A principal desvantagem é a incerteza sobre o momento da contemplação. Um participante pode ser contemplado logo no início ou somente no final do período do, o que pode não atender à urgência de quem precisa adquirir um imóvel rapidamente.
Além disso, as parcelas podem sofrer reajustes anuais, o que pode comprometer o planejamento financeiro do consorciado.
Outra questão a considerar é a solidez da administradora do consórcio, pois se a empresa enfrentar dificuldades financeiras, os participantes podem ficar sem o valor investido.
Qual é a pegadinha do consórcio?
Por mais que o valor da carta de crédito seja reajustado pela inflação, muitas vezes, o valor da carta de crédito pode não ser suficiente para a compra de um bem.
Isso ocorre, principalmente, em cidades grandes, onde, nem sempre a valorização de um imóvel acompanha os índices inflacionários.
Além do mais, é muito mais vantajoso financeiramente aplicar o dinheiro em investimentos seguros – como Tesouro Direto ou Poupança – e ter uma rentabilidade do que optar pela modalidade de crédito. Em ambos os casos, será necessário esperar para comprar o bem.
É melhor fazer um financiamento imobiliário? Entenda
Comparar as duas opções é essencial para entender qual modalidade é mais adequada para cada perfil de comprador.
No financiamento imobiliário, o tomador obtém o valor total do imóvel de imediato, pagando o bem em parcelas mensais acrescidas de juros altos. Isso proporciona a posse imediata do imóvel, ideal para quem precisa de moradia urgente.
No entanto, as taxas de juros podem aumentar significativamente o custo total do imóvel ao longo do tempo.
Já no consórcio, não há juros, apenas taxas administrativas, o que pode tornar o custo final menor. No entanto, exige paciência e planejamento, uma vez que a espera pela contemplação pode ser longa.