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Reforma Tributária: quais as consequências para o seu dia a dia? Veja as principais mudanças

Aprovada após intensos debates no Congresso Nacional, a Reforma Tributária traz mudanças significativas para o sistema de tributos no Brasil.

A principal promessa é simplificar o complexo emaranhado de impostos, mas as consequências dessas mudanças vão além da burocracia fiscal e podem afetar diretamente o bolso do consumidor.

A nova estrutura tributária promete alterar preços de produtos e serviços, influenciando desde a cesta básica até contas de água e luz.

Entre os principais objetivos da reforma está a unificação de cinco tributos em um único imposto sobre o consumo, o que pode trazer alívio para alguns setores, mas também provocar aumentos em outros.

Enquanto alimentos e medicamentos populares devem ficar mais baratos, serviços profissionais e bebidas alcoólicas podem se tornar mais caros.

Com uma implementação gradual prevista para começar em 2026, o impacto total só será sentido em 2033, quando todas as mudanças estiverem em vigor.

Neste contexto de mudanças, é fundamental entender o que ficará mais caro, o que ficará mais barato e como essas alterações afetarão o dia a dia dos brasileiros.

Reforma Tributária quais as consequências para o seu dia a dia Veja as principais mudanças
Em que a Reforma Tributária interfere na vida dos brasileiros? – Crédito: Jeane de Oliveira / procredito360.com.br

Cesta básica e alimentos essenciais com alíquota zero

Uma das mudanças mais aguardadas é a isenção de impostos sobre produtos essenciais da cesta básica. A reforma prevê alíquota zero para alimentos como arroz, feijão, leite e carnes bovina, suína e de aves.

A medida visa aliviar o peso dos impostos sobre itens que compõem a dieta básica das famílias brasileiras, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social.

Produtos considerados menos essenciais, como salmão e atum, terão uma redução de 60% na alíquota, passando a pagar 10,6% de impostos. Essa estratégia busca equilibrar a carga tributária entre produtos populares e de consumo mais seletivo.

No entanto, peixes mais caros, como bacalhau e lagostim, permanecerão com a alíquota padrão de 26,5%.

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Eletrodomésticos e bens industriais com redução de impostos

A reforma também deve impactar positivamente o preço de eletrodomésticos e bens industriais.

Produtos como fogões, geladeiras, freezers e equipamentos esportivos, que atualmente são tributados com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), terão uma redução significativa na carga tributária. Segundo especialistas, a alíquota total, que hoje chega a 48% para alguns itens, será reduzida para 26,5%.

Essa mudança promete tornar os eletrodomésticos mais acessíveis, beneficiando o consumidor final e incentivando a indústria nacional. A nova tributação será calculada com base no custo de produção, e não no preço de venda, o que deve simplificar a cobrança e diminuir o preço final dos produtos.

Serviços podem ficar mais caros

Por outro lado, a tributação de serviços deve sofrer um aumento considerável.

A nova alíquota de 18,5%, que substituirá os atuais 8,65% cobrados sobre serviços profissionais como advocacia e arquitetura, pode encarecer a contratação desses profissionais. Contas de água, luz e serviços de saneamento também devem ser impactados pela nova tributação.

Especialistas alertam que, embora a unificação de tributos simplifique o sistema, o aumento na carga tributária pode ser repassado ao consumidor, elevando o custo de serviços essenciais.

Para advogados, arquitetos e outros profissionais liberais, a tributação maior representa um desafio, pois pode tornar seus serviços menos acessíveis.

Bebidas alcoólicas e o Imposto do Pecado

Bebidas alcoólicas, cigarros e produtos considerados nocivos à saúde serão tributados com uma alíquota superior à padrão, em um imposto que ficou conhecido como “Imposto do Pecado”.

A ideia é desestimular o consumo desses itens por meio de uma carga tributária mais pesada, que pode encarecer significativamente produtos como cervejas, vinhos e refrigerantes açucarados.

O objetivo do governo é utilizar essa tributação como uma medida de saúde pública, ao mesmo tempo em que arrecada mais recursos.

Veículos automotores também estarão sujeitos a esse imposto, o que pode elevar o custo de carros, incluindo os elétricos, e motos. Já os veículos adaptados para Pessoas com Deficiência (PCD) terão benefícios específicos, com limite de isenção de até R$ 150 mil.

Medicamentos e produtos de saúde com alíquota reduzida

A reforma prevê uma redução de 60% na alíquota de medicamentos populares, como antigripais e analgésicos, que passarão a pagar 10,6% de impostos.

Remédios considerados de alto custo e essenciais para tratamentos graves continuarão com alíquota zero, beneficiando pacientes que dependem desses produtos para tratamentos longos e onerosos.

Além disso, produtos de higiene pessoal, como absorventes e coletores menstruais, também terão isenção de impostos, uma medida que visa aliviar o custo desses itens básicos para a população.

Cashback e incentivo ao consumo

Uma novidade da reforma é a devolução parcial ou total de tributos para famílias de baixa renda, por meio do mecanismo de cashback. O objetivo é garantir que as famílias mais vulneráveis sejam compensadas pelo aumento de preços em alguns setores, como energia elétrica e gás de cozinha.

Esse cashback será destinado a famílias inscritas no Cadastro Único, com devolução de até 100% do valor pago em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) sobre serviços essenciais.

A medida visa mitigar os impactos da nova estrutura tributária sobre a população de baixa renda, garantindo acesso a serviços básicos.

Novo conceito de nanoempreendedor

Outra inovação da reforma é a criação da figura do nanoempreendedor, que será isento de impostos.

Voltado para empreendedores com faturamento anual de até R$ 40,5 mil, essa categoria poderá optar por permanecer no Simples Nacional ou migrar para o regime de IVA, sem necessidade de recolher tributos.

Essa medida busca formalizar pequenos empreendedores que atuam na informalidade, oferecendo um regime simplificado e isento de tributos, mas garantindo acesso à previdência social e benefícios governamentais.

Como visto, a Reforma Tributária traz mudanças amplas e complexas, que devem transformar a forma como tributos são cobrados no Brasil. Enquanto alguns setores serão beneficiados com redução de impostos, outros podem enfrentar aumentos significativos.

A expectativa é que a nova estrutura promova maior justiça fiscal e simplifique a burocracia tributária, mas o sucesso da reforma dependerá de sua implementação e dos ajustes que serão feitos ao longo do tempo.

Para o consumidor, a recomendação é acompanhar as mudanças de perto, entender como elas afetam seus gastos e se preparar para o novo cenário tributário que se desenha para os próximos anos.

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