O rotativo do cartão de crédito é motivo de preocupação entre os consumidores que não conseguem pagar a fatura completa. Entenda como os juros funcionam.
O cartão de crédito permite que o usuário realize compras e pagamentos de serviços com a promessa de pagamento futuro, funcionando como um empréstimo de curto prazo. Ele oferece conveniência, segurança e a possibilidade de parcelar despesas.
Contudo, pode ser uma grande dor de cabeça para os consumidores brasileiros, sobretudo quando eles não pagam a fatura. Os juros cobrados são os mais altos do mercado de crédito e podem acabar com a vida financeira do endividado.
Por que você precisa evitar cair nos juros rotativos do cartão de crédito?
Deixar de pagar a fatura do cartão de crédito pode trazer consequências sérias para suas finanças e, inclusive, para o seu bem-estar. Em primeiro lugar, o brasileiro pode entrar no rotativo, que é um dos juros mais caros do mercado de crédito.
Na prática, grande parte do seu orçamento mensal será destinado a pagar o banco, o que cria uma relação de dependência com a instituição financeira e empobrece os brasileiros.
Além do mais, ele irá arcar com multas por atraso no pagamento da fatura e taxas de envio de SMS ou outros serviços de notificação. Isso significa que ao deixar de pagar a fatura, o tamanho da dívida final poderá ser 2,3 ou até 4 vezes maior do que o valor original do boleto.
O que são juros rotativos?
Os juros rotativos são os maiores juros cobrados no mercado financeiro brasileiro, podendo chegar a mais de 400% ao ano. Eles incidem sobre o valor total da fatura que não foi pago, incluindo a multa por atraso, e são calculados diariamente.
Por que os juros rotativos são tão perigosos? Entenda a relação de dependência criada pelos bancos
No longo prazo, os juros rotativos se transformam em uma dívida ainda maior. Isso pode se tornar uma ‘bola de neve’. Vale mencionar que muitos bancos oferecem empréstimos para o pagamento da fatura do cartão, o que cria uma relação de dependência da instituição financeira.
Se você não conseguir pagar a dívida, seu nome pode ser negativado nos serviços de proteção ao crédito, como Serasa e SPC. Isso significa que você terá dificuldade para obter crédito em outras instituições financeiras.
Como consequência, a inadimplência pode causar estresse, ansiedade e depressão, além de problemas nos seus relacionamentos pessoais.
Por fim, o brasileiro com CPF negativado pode ter dificuldades em conseguir emprego, fechar contrato de aluguel ou fechar negócios. Basicamente, tudo que diz respeito à sua vida financeira pode ser prejudicado por conta de uma dívida de cartão de crédito.
Governo aprova nova lei dos juros rotativos
Visando diminuir a inadimplência dos brasileiros, o Governo criou a Lei 14.690/23, também conhecida como “Nova Lei do Cartão de Crédito”.
Ela traz mudanças significativas para o mercado e beneficia diretamente os consumidores, especialmente no que diz respeito ao juros rotativo do cartão.
O que diz a nova lei do cartão de crédito?
A principal mudança foi a limitação dos juros rotativos a 100% do valor da dívida. Isso significa que o consumidor não pagará mais do que o dobro do valor original da sua fatura em juros.
Essa é considerada uma medida histórica para a defesa do consumidor e para a promoção da inclusão financeira no Brasil.
Afinal, a lei visa proteger os consumidores de juros abusivos e evitar o endividamento excessivo, além de promover a competitividade entre os bancos e levar a taxas de juros mais baixas no geral.
Por fim, a partir de 1 de julho, o consumidor poderá transferir o saldo devedor do seu cartão de crédito para qualquer outra instituição financeira sem custos. Na prática, se outro banco oferecer melhores condições de pagamento, ele poderá transferir suas dívidas.