A deflação acontece quando os preços de itens e serviços diminuem, o que reflete o comportamento da economia do país. Entenda.
A deflação é a queda generalizada dos preços de bens e serviços em uma economia. Ao contrário da inflação, onde há aumento nos preços, ela ocorre quando a oferta supera a demanda, gerando uma desaceleração nos índices de preços.
Isso pode ser influenciado por diversos fatores, como queda no consumo, aumento da produtividade ou redução de custos de produção. Por um lado, o fenômeno é positivo, uma vez que pode aliviar o bolso dos consumidores.
Por outro, pode ser algo prejudicial à economia, principalmente no longo prazo. De acordo com especialistas, as consequências da queda de preços pode gerar uma crise econômica no futuro. Mas, isso não significa que o país está em crise. É necessário entender o contexto como um todo.
IPCA registra deflação em agosto por conta de alimentos e energia elétrica
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou uma deflação de -0,02% em agosto, conforme divulgado pelo IBGE . Este foi o primeiro recuo desde junho de 2023, quando o índice caiu 0,08%. Em julho, o IPCA havia subido 0,38%.
No acumulado do ano, a inflação registra 2,85%, e, nos últimos 12 meses, o índice alcança 4,24%. O resultado de agosto veio abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam um IPCA quase estável, em +0,01%. No comparativo anual, esperava-se um índice de 4,29%.
Por que houve deflação?
Segundo o IBGE, a principal influência para a taxa negativa foi a redução dos preços de energia elétrica residencial, além do recuo nos alimentos e bebidas. A mudança na bandeira tarifária de energia foi determinante para o resultado.
De acordo com o gerente da pesquisa, o retorno à bandeira verde em agosto, sem cobranças adicionais nas contas de luz, após o uso da bandeira amarela em julho, foi o principal fator para a queda no grupo Habitação.
Alimentos se tornam mais baratos
O grupo de Alimentação e bebidas também contribuiu para a deflação, com queda de -0,44%. A alimentação no domicílio recuou -0,73%, destacando-se a redução nos preços da batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%).
A maior oferta desses produtos, favorecida pelo clima mais ameno e pelo aumento da produção, foi o principal motivo para a queda nos preços dos alimentos. O mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%) tiveram alta.
INPC também registra queda
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve queda de 0,14% em agosto, após alta de 0,26% em julho. No ano, o índice acumula 2,80%, e, nos últimos 12 meses, atinge 3,71%, abaixo dos 4,06% registrados no período anterior.
Os produtos alimentícios caíram 0,63% em agosto, enquanto os itens não alimentícios desaceleraram, variando de 0,65% em julho para 0,02% em agosto.
Veja também: Pela PRIMEIRA vez Aneel anuncia bandeira VERMELHA e conta de luz fica mais cara
Como a queda de preços pode afetar a economia brasileira
Embora possa parecer positiva à primeira vista, a deflação pode ser prejudicial para a economia. Quando os preços caem, os consumidores tendem a adiar compras, esperando quedas maiores.
Esse comportamento reduz o consumo e afeta diretamente a produção e os investimentos das empresas, gerando um ciclo de retração econômica. Essas consequências, no entanto, acontecem se o fenômeno durar por muito tempo.
Vale mencionar que com os incêndios acontecendo no país e as secas registradas, a previsão é de uma alta na inflação em setembro.
Veja também: Banco Central revela quais são as PIORES instituições financeiras do Brasil! Você tem conta em um desses bancos ?